26 de Novembro de 2017
A primeira coisa que vocês precisam entender é em como foi difícil escrever todo este artigo sobre a Hora do Horror 2017.
A segunda delas é interpretar o texto abaixo com um senso ‘crítico’ e saber interpretar aquilo que estamos falando. Não vamos falar para vocês “..está incrível, só vindo mesmo para vocês sentirem como é..” se não está legal.
Queremos mostrar ao nosso público que criticamos sim pois nos importamos com o evento e queremos que ele volte a ser o que era. Não será por meio de ‘puxa-saquismo’ que faremos nosso conteúdo, mas sim com base nas nossas próprias concepções e experiências.
Para facilitar e demonstrar a nossa visão e ninguém confundir com o que vamos falar, vou estar dividindo este post em duas partes. A primeira parte falando sobre a nossa experiência no PARQUE e a segunda apenas sobre o EVENTO. Acho que assim fica um pouco mais claro e facilita a interpretação para vocês não confundirem o que vamos criticar.
Estivemos marcando presença a convite do Governi di Hopi Hari no dia 06 de agosto durante o final de semana de reabertura do parque junto com a equipe da Hopi Hari Community para conferir pessoalmente as mudanças que foram feitas por lá.
A principal surpresa e como já disse em video, NINGUÉM ESPERAVA, seria a recuperação e a reabertura do que está se chamando hoje como ‘Novo Hopi Hari‘. Muitas propostas foram apresentadas, acompanhamos grande parte da movimentação que está acontecendo por lá através das lives que o prezidan* José David faz nas redes sociais… mas afinal, valeu a pena toda essa espera? O parque atingiu nossas expectativas?
COM TODA CERTEZA! Para quem visitou o parque a alguns meses e se deparou com um clima totalmente triste e cinza, hoje consegue respirar aliviado e perceber que aos poucos aquela magia que encontrávamos quando éramos mais novos está realmente voltando.
Já na entrada fomos recebidos atenciosamente pelo José David seguido do Batman e a turma dos Looney Tunes. E somente nesses primeiros minutos dentro do Hopi Hari você já percebe que a mudança feita ali valeu cada minuto de ansiedade.
O número apresentado de ‘84% de atrações operantes’ é REAL. Não são boatos! Estamos falando isso porque vimos com nossos próprios olhos e entramos nessas atrações.
*Prezidan = Presidente em hopês
Passamos pelo Rio Bravo em seus novos botes, na Giranda Mundi para privilegiar a vista que nos oferece, cortamos o parque na Tirolesa (agora gratuita), pode ser difícil: mas a Montezum é uma delícia, quase viramos de ponta cabeça no Vulaviking e por ‘mais manhosa que seja para acordar’ (palavras do prezidan) a Katapul está funcionando para a alegria dos visitantes.
As novidades não param por aí. Atrações como Evolution retornaram recentemente e Ekatomb está passando por sérias revisões e planejamentos para retornarem ao funcionamento! A La Tour Eiffel também está com novos projetos para reativação.
Lembrando que agora, o parque tem a sua própria moeda: as ‘Hopi Plakas’. Para você conseguir adquirir os produtos dentro do parque, você precisa passar primeiramente na “Casa de Câmbio” e fazer a troca do seu dinheiro pelas moedas do parque. A variedade no cardápio do parque também está recheada de novidades, a mais recente é a volta da ‘Taça Maluka’.
E após um dia todo de correria, nós não nos víamos tão satisfeitos e felizes ali a muito tempo. E aí, começou a anoitecer… marcando a chegada da Hora do Horror.
Para um evento que já foi considerado ‘o maior do gênero na América Latina‘, o que nos foi apresentado este ano é uma situação bem complicada. Embora as nossas expectativas com o evento não fossem tão altas para este ano, estávamos conformados com a ideia de algo mais simples.”Karnak: A Maldição da Tumba” infelizmente não consegue fazer jus ao título de ‘Hora do Horror’ e decepciona em muitos sentidos.
Quem é ou o que é ‘Karnak’ ?
Este ano a abertura foi feita em Kaminda bem abaixo da La Tour Eiffel que conta com um palco de dois lados. Não temos uma história para este ano. Apenas um cortejo com a entrada de personagens seguida por uma parte dançante de aprox. 6 minutos.
Uma das coisas que se faz falta na Hora do Horror é a história. A originalidade do evento é sem dúvidas isso. Todo o enredo que era contado nas antigas edições não se vê este ano, e isso faz com que o evento não desenrole e fique travado e apenas passando de um lugar cheio de múmias que estão andando pra lá e pra cá sem motivos. Nem mesmo o mistério que o tema carrega no próprio nome foi interpretado direito. Quem é Karnak? Seria alguém ou o nome da maldição?
Atrações e evento
Seguindo do palco descemos para Wild West, onde se encontra o segundo palco. TODA WW está sem personagens de rua, eles começam a aparecer após a ponte que fica ao lado do Evolution e se estendem até o Caminho do Lago, onde fica uma das passagens.
Este ano temos duas passagens: uma localizada em Mistieri e a outra no Caminho do lago, mas ambas são iguais. Poucos personagens, algumas cordas que cortam o seu caminho com alguns panos onde os monstros se escondem para fazer algum suspense para dar alguns sustos e funcionou. Sim, consegui levar alguns sustos em meio a passagem do caminho do lago. A ambientação daquela área, embora extremamente simples, deixou um clima tenso por não haver efeitos sonoros, apenas o silêncio e alguns sussurros/gemidos de múmias deram o tom necessário para aquele momento.
O Katakumb foi a atração principal deste ano e foco do evento, e… bom, já foi melhor. A atração é algo enorme e lindo para se trabalhar com algo do gênero, pois esse é o foco dela, e infelizmente não foi bem aproveitada. Foi um pouco frustrante chegar em um lugar que já tomei muitos e muitos sustos e ver que não é mais a mesma coisa. Os efeitos de fumaça fazem uma falta gritante, sem contar também nos sons ambientes que ela tinha. E a repetição frustrante de personagens novamente se via ali, as mesmas múmias e sacerdotes que se viam nas ruas, estavam lá dentro também.
Personagens e caracterização
O que mais deixou a desejar são os personagens e as caracterizações deste ano. Salvando-se apenas as bailarinas e os dois apresentadores – Nildo (novamente com sua caveira) e Dudu – que tiveram figurinos diferentes.
Porém, como nem tudo são flores, precisamos falar sobre os personagens de rua que não estavam legais. Sua caracterização era difícil de ser aceita. Ficamos extremamente chateados pela pouquíssima variedade de personagens que foram apresentados. O Egito é um ambiente tão vasto e rico que poderia ter sido melhor aproveitado. O número de múmias que foram colocados faz sentido, mas infelizmente ficou extremamente frustrante devido a repetição extrema de personagens.
Embora o evento tenha começado bem ruim devido à grande parte do elenco não estar acostumado a trabalhar nesse segmento, foram desenvolvidos ‘exercícios’ aos atores para ajudar no susto. Pude presenciar uma mudança significativa em uma outra visita, e realmente as esquetes estavam fazendo mais sentido e o elenco mais focado em seu trabalho.
Considerações finais
O Hopi Hari voltou, revitalizado, e aos poucos está voltando com seus dias de glória. É aceitável e mais que justo compreender que o investimento e foco real da nova administração era reerguer o parque. Mas as expectativas que foram colocadas em “a melhor Hora do Horror de todos os tempos” teve um resultado muito frustrante. Um dos poucos elementos e essenciais em um evento desse gênero era o sangue, coisa que não foi vista em aspecto nenhum este ano e deixou algo muito “Disney”. Quem sabe com um pouco desse elemento, alguns personagens poderiam ter um tom mais sombrio.
A ideia de dois palcos e do flashmob realmente foi boa, se o parque estivesse em outra situação e com um público maior ou se fosse para um Hopi Night. Os recursos da segunda estrutura que mais tarde foram retirados, poderiam ter sido investidos em elementos simples, mas que fizeram grande falta ao decorrer do evento.
Uma das grandes mudanças e vale muito citar aqui, é a incrementação de efeitos de luz nas ruas de Mistieri e máquinas de fumaça em alguns pontos da região que podem ser bem utilizadas na próxima edição, junto com as passagens que somaram ao evento, e a interação e atuação do elenco na evolução da interpretação de seus personagens.
O saldo final de Karnak não é tão agradável quanto se esperava e deixou muito a desejar. Mas com os resultados que estão sendo obtidos com o parque, podemos esperar uma edição bem melhor para o próximo ano.
Principais pontos a serem observados
(+) Tema simples e coerente com a tematização do parque;
(-) Falta de história e apresentação de palco bem fraca;
(+) Palco principal bem estruturado e animado;
(-) Personagens e figurinos repetitivos;
(+) Estruturas de Luz e fumaça nas ruas;
(+) Passagens;
(-) Atrações;
(-) Falta de elementos essenciais;
(-/+) Abordagem, esquetes e sustos.
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